“- A Ti, Senhor, nossos agradecimentos por esta
hora de paz intraduzível e de infinita luz. Agora, que cessou a nossa
oportunidade de trabalho nos círculos da carne, nós Te agradecemos os
benefícios recolhidos, as aquisições realizadas, os serviços levados a
efeito...Mais que nunca, reconhecemos hoje a Tua magnanimidade indefinível que
nos utilizou o deficiente instrumento na concretização de sublimes desígnios!
Vacilantes e frágeis, como as aves que mal ensaiam o primeiro voo longe do
ninho, encontramo-nos aqui, venturosos e confiantes, ao pé dos Teus desvelados
emissários que nos ampararam até ao fim!...Como agradecer-Te o tesouro
inapreciável de bênçãos celestes? Teu carinho santificante seguiu-nos, passo a
passo, em todos os minutos de permanência no vale das sombras e, não
satisfeito, Teu inesgotável amor acompanha-nos, ainda, nesta retirada da velha
Babilônia de nossas paixões amargurosas e milenárias.
- Nada
fizemos por merecer-Te a assistência bendita. Nenhum mérito possuímos, além de
boa vontade construtiva. Claudicamos, vezes sem número, dando pasto aos
caprichos envenenados que nos obscureciam a consciência; falimos
frequentemente, cedendo a sugestões menos dignas. Entretanto, Jesus Amado,
converteste-nos o trabalho humilde em manancial de ventura que nos alimenta o
coração, soerguido para as esferas mais altas. Desculpa-nos Mestre, a
imperfeição de aprendizes, traço predominante de nossa personalidade libertada.
Não possuímos nada de belo para oferecer-Te, ó Benfeitor Divino! senão o
coração sincero e humilde, vazio agora das abençoadas preocupações que o nutriam na Crosta da Terra...Recebe-o,
Mestre, como demonstração de confiança de Teus discípulos pequeninos, e enche-o,
de novo, com tuas sacrossantas determinações! Reconhecidos à Tua inesgotável
misericórdia, agradecemos a ternura de tuas bênçãos, mas, se nos deste proteção
e consolo não nos retires o trabalho e o ensejo de servir. Conduze-nos aos Teus
“outros apriscos” e renova-nos, por compaixão, a bênção de sermos úteis em tua
causa. Cheios de alegria, abençoamos o valioso suor que nos proporcionaste na
esfera da carne purificadora, onde, ao influxo de Tua benignidade, retificamos
velhos erros do coração...Bendizemos o caminho áspero que nos ensinou a
descobrir Tuas dádivas ocultas, beijamos a cruz do sofrimento, do testemunho e
da morte, de cujos braços nos foi possível contemplar a grandeza e a extensão
de tuas bênçãos eternas!...
- Agora,
Senhor, assinalando nossos agradecimentos aos Teus emissários que nos
estenderam mãos amigas, nas últimas dificuldades da moléstia depuradora, deixa
que te roguemos amoroso auxílio para todos aqueles, menos felizes que nós, que
anda gemem e padecem nas sendas estreitas da incompreensão. Inspira os Teus
discípulos iluminados para que Te representem o Espírito sublime, ao lado dos
ignorantes, dos criminosos, dos desviados, dos perversos. Toca o sentimento de
caridade fraternal dos teus continuadores fiéis para que continuem revelando o
benefício e a luz de Tua lei. E, ao encerrar este ato de sincera gratidão,
enviamos nosso pensamento de alegria e louvor a todos os companheiros de luta,
nos mais diversos departamentos da vida planetária, convidando-nos, em
Espírito, a glorificarem Teu nome, Teus desígnios e Tuas obras, para sempre.
Assim seja!”
XAVIER,
Francisco Cândido; André Luiz (Espírito). Obreiros da Vida Eterna, in Ação da
Graças. 26ª ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2003, p. 299 –
301.
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